segunda-feira, 29 de maio de 2017

O tal primeiro amor é tradição ficar marcado para sempre na nossa vida, para isso eu já estava preparada. O que me pegou de surpresa foi não perceber que já havia amado.
Nem tive a consciência de quando te fiz meu, mas não sai da minha cabeça quando eu te afastei. Não me deixei abalar ao te ver com a minha amiga, ao contrário, até facilitava essa paixão proibida.
A torre foi construída e lá de cima juras de amor eram gritadas, pediam para que a esperasse.
Você se preocupava com o cabelo citando Pearl Jam, prendendo o bottom de Scorpions na tua camiseta do Slipknot para fingir ser príncipe e salvar tua flor. Então esperou o dragão dormir e ela sair.
Livre das amarras, tua rosa mostrou os espinhos e desintegrou com o cheiro ardente que lançou.
Eu o levava pra casa carregado no meio da madrugada, te ofereci colo depois dessa roda de punk que virou tua vida.
Escondia minhas lágrimas ao lembrar do formigamento com gosto de mentos que você deixou depois do nosso único beijo. Forçava o riso quando você falava de deixar tudo pra trás.
Eu sabia que esse dia iria chegar. Sabia que cansaria de sofrer, não iria se satisfazer com o tenho pra oferecer.
Não é o meu cabelo que seus dedos coçam pra entrelaçar. Não sou eu que você quer ver andando no teu skate. Não são as minhas três palavras que você quer escutar.
Eu te quis e por isso te deixei, agora choro com sua fuga por não valorizar tua presença quando pude. Só queria que soubesse, ao olhar a paisagem, que foi você o único que amei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário